Que soluções andam pelo Green Business Week?

Da eficiência energética à produção de combustíveis sintéticos e ao tratamento de águas residuais, Torres Vedras e Águeda estão a aproveitar o Green Business Week (GBW) para promover boas práticas que estão em marcha nos respectivos territórios. Que soluções inovadoras podem, então, ser encontradas por estes dias nesta feira do crescimento verde?

post cover

Que soluções andam pelo Green Business Week?

Um medidor inteligente capaz de monitorizar consumos energéticos e de sugerir medidas de eficiência e de poupança de energia é a imagem de marca da start-up Watt is, de Torres Vedras. A solução, que está em vias de ser aplicada em escolas primárias do município e “muito provavelmente” no Centro de Interpretação Ambiental, distingue-se no mercado por dispensar a presença de múltiplos sensores pela habitação.

“Com um único medidor no quadro eléctrico, conseguimos dizer quase tudo o que se consome e que custos estão associados: quanto é que o frigorífico gasta e quantos motores tem, se é combinado ou se é uma arca, a que horas foi utilizada a máquina de lavar roupa, etc.”, conta, à Smart Cities, Gonçalo Pereira, analista de energia na empresa torriense. “Também trabalhamos com alarmes e notificações que, depois de aprendido o padrão de consumo das pessoas, indicam situações anómalas e sugerem medidas de eficiência energética”, acrescenta.

Também presente na feira está a tecnologia da GYSF, cujo objectivo é a produção de combustíveis sintéticos, recorrendo a energias renováveis. Constituindo uma alternativa ao petróleo e aos biocombustíveis, a solução pode também servir para o armazenamento de energia eléctrica, para o back-up de renováveis em locais isolados ou ainda para a electrificação rural.

“Nas zonas rurais a electrificação é muito cara. Este sistema pode ser a resposta, uma vez que é auto-suficiente, pode ser instalado paralelamente à casa, e requer pouca manutenção”, exemplifica Luís Guerra, investigador de engenharia química na GYSF. “Com esta tecnologia inovadora podemos abastecer habitações de uma forma mais limpa, sem emissões para o ambiente e promovendo a eficiência energética”, acrescenta.

Para além destas, Torres Vedras expôs no GBW o trabalho de outras oito empresas torrienses que “ajudaram a cidade a receber o galardão European Green Leaf em 2015 e a crescer na área da economia verde”, indica Raquel Luz, do gabinete de apoio às empresas da câmara municipal. “Procuramos vender o município como um território onde se pode investir na área na verde. Torres Vedras é o primeiro município a norte de Lisboa contemplado no Portugal 2020 com uma taxa de cofinanciamento dos fundos comunitários que pode ir até aos 85%”, destaca.

Em Águeda, a energia é sagrada

Águeda, por seu turno, convidou algumas start-ups, envolvidas na área do crescimento verde, sustentável e da eficiência, da sua Incubadora de Empresas, para ‘representar’ o município. Talents & Treasures, X-Domus e E4S, todas elas com grande enfoque nas temáticas da eficiência energética e ambiental, são as start-ups que compõem o stand de Águeda.

A Talents & Treasures, por exemplo, tem sido um parceiro fiel do município em projectos relacionados com cidades inteligentes, nomeadamente no campo da Internet of Things, adianta Carolina Alves, uma das representantes da empresa com cerca de quatro anos de vida. Águeda tem sido o tubo de ensaio da start-up para testar soluções, entre as quais se destaca o sistema inteligente de gestão de luminárias SINGELU, duplamente premiado no ano passado: venceu o selo “A Smart Project for Smart Cities” e o projecto “Cidades Analíticas”.

As vantagens do sistema? “O município consegue reduzir custos, porque não precisa de ter as luminárias da iluminação pública sempre com a mesma intensidade e a capacidade de resolução de problemas é muito grande porque são imediatamente identificadas anomalias”, descreve Carolina Alves, acrescentando que também o problema da luz intrusiva na casa das pessoas foi resolvido, dado que “muitas luminárias não estavam bem direccionadas”.

Também a E4S, que fornece serviços como auditorias e certificações energéticas, tem apoiado o município ao nível da iluminação pública. “Pegando no Plano Director Municipal para a Iluminação Exterior, tentamos definir regras a que qualquer intervenção que seja feita deve respeitar: desde vontades do município em relação à iluminação de zonas em particular até critérios de eficiência energética”, esclarece Irene Teixeira, colaboradora da empresa.

Por agora, a E4S está envolvida num projecto com Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS) de Águeda, no qual está a instalar um “equipamento de monitorização, associado ao contador da energia eléctrica, que comunica com uma plataforma que ajuda a perceber os consumos das IPSS e promover medidas de melhoria de eficiência energética”.

À semelhança, a X-Domus nasceu com o intuito de promover poupanças de energia, água e combustíveis. Recorrendo à tecnologia Z-Wave, sem fios, e a um interface de comunicação com os utilizadores – smartphone, computador ou tablet -, a solução é capaz de fazer a monitorização do consumo de água e de electricidade num determinado equipamento, bem como de temperaturas do ambiente exterior, interior ou de temperatura da água no sistema solar.
“Estamos a trabalhar com as escolas do concelho de Águeda para a implementação de sistemas e redução da fatura tanto da energia, como da água. Seis novos pólos educativos estão já a ser monitorizados, mas a intenção da câmara é estender a iniciativa ao resto da rede de escolas mais antigas”, adianta José Américo, fundador da X-Domus.

Procurando estar a par das últimas novidades do mercado, o sentimento e intenção destas empresas no GBW é comum: divulgar as suas soluções inovadoras e cativar possíveis interessados.

Patrícia Silva